Saco de dormir em tricô

TOALHINHA DE CROCHÊ



Como é bonito ver uma casa decorada com toalhinhas de crochê!

Diversas cores e tamanhos formam um ambiente alegre, como se uma mensagem de "bem vindos" estivesse espalhada pela casa toda.

Sou suspeita para falar, porque adoro crochê. Mas sei que muitos de vocês concordam comigo.

As toalhinhas feitas com fio de polipropileno tiveram seu lugar de destaque na minha vida durante a década de 90. O fio de polipropileno era barato e estava na moda. Até mesmo roupas de crochê para madrinhas de casamento eram feitas com este fio. Cheguei a participar de um programa de TV mostrando uma colcha toda trabalhada com fio de polipropileno clique aqui para assistir

Eram poucos fabricantes. A maior dificuldade era escolher um fio que não torcesse muito e criasse o indesejado "rabinho de porco" no meio do trabalho. Quando o fio torcia muito ao ponto de ficar duro, o jeito era cortar e fazer uma emenda no trabalho. Foi graças a esta "tortura" que desenvolvi a técnica de emendar fios sem nó - hoje é um dos vídeos mais acessados no meu canal no YouTube clique aqui para assistir
O tempo passou e a quantidade de marcas e ofertas do produto foram aumentando. Apesar do preço ser infinitamente inferior ao do fio de algodão, havia quem escolhesse o fio mais baratinho e feio no mercado. Alguns trabalhos foram ficando cada vez mais baratos e desvalorizados por conta do material. Toalhas de mesa, capas de botijão e galão de água, capas de eletrodomésticos, caminhos de mesa, e uma infinidade de peças passaram a serem vendidas a preços extremamente baixos em lojas atacadistas. Muitas eram feitas com resíduos das fábricas. Eu particularmente fiquei decepcionada com o que estava acontecendo na época. Parei de usar fio de polipropileno e comecei a pesquisar e escolher material que acrescentasse valor ao meu trabalho.

Além de divulgar a vídeo aula destas toalhinhas, julguei interessante postar este trabalho no blog para chamar a atenção sobre dois assuntos: Importância na escolha do material e 
Clientes que fornecem o material para execução da encomenda

Fiz as toalhinhas da foto a pedido de uma grande amiga e ex-aluna de crochê. Ela faz crochê há mais de 20 anos e me enche de orgulho por ter sido minha aluna. A maioria dos seus trabalhos são feitos com fio de polipropileno. Mas minha amiga não está podendo trabalhar com crochê ultimamente. Ela apresentou uma alergia, procurou um médico e foi diagnosticada com intolerância ao corante de fios de polipropileno. 
Quando ela me contou, levou uma bronca "Você está usando aqueles fios de baixa qualidade?" . A resposta cortou o coração "Quando eu compro o fio, escolho o bom. Mas tem cliente que prefere dar o material e compra o fio mais barato, que nem sempre é bom"
Diante disso, resolvi fazer este alerta para vocês. CUIDADO COM A ESCOLHA DO MATERIAL. SE O CLIENTE QUISER FORNECER O FIO, EXIJA QUE SEJA DE BOA QUALIDADE. Não há dinheiro que pague a tranquilidade de trabalhar com saúde.

Notem que no vídeo eu não menciono a marca dos fios que usei. São marcas conhecidas, mas só vou me sentir com segurança para divulgar alguma marca se tiver certeza que não causa nenhum problema para nossa saúde.

Pensei em ficar quietinha, pois posso ser mal interpretada. Não estou fazendo nenhuma denúncia aos fabricantes de fio de polipropileno. Meu objetivo é alertar os artesãos, principalmente nesta época tão difícil que estamos passando. A pandemia provocou a escassez de material para artesanato no mercado, e a alta de preços foi inevitável. Temos que ser muito criativos para fazer um bom trabalho e não repassar a crise de forma agressiva para nossos clientes. Mas tudo tem que ser feito com muito cuidado para preservar nossa saúde e a beleza dos nossos trabalhos. Concordam?

As toalhinhas do vídeo são lindas. Se você aplicar a sugestão que dei para aumentar o tamanho da peça, poderá fazer um belo jogo americano redondo. Além disso, tem umas dicas ótimas para não deixar o trabalho com a cicatriz do início de cada carreira.

Vem ver!

Versão para destros 

Versão para canhotos


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